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Pavões: Rituais de acasalamento

Os pavões são aves excêntricas, caracterizadas pela sua plumagem espessa, longa e colorida. São aves de uma aparência única, portentosas, de um charme incomparável, sendo consideradas as aves mais belas do mundo. Os movimentos graciosos que desenvolvem, as cores e o tamanho das suas penas são feitos, na maioria das vezes, como ritual de acasalamento.

Pavão real em ritual de acasalamento. Vídeo de Sérgio Leite, efetuado em 11.05.2021, na Quinta da Pedra Dourada


Entramos na época de acasalamento dos pavões. Os machos passam boa parte do dia em rituais exuberantes de exibicionismo perante as fêmeas. Até os momentos das refeições da manhã e do fim da tarde são aproveitados pelos machos dominantes para se acercarem das fêmeas enquanto estas se alimentam, Os machos abrem a cauda em leque, podendo esta estender-se por Estes rituais duram até que a s fêmeas completem as posturas, normalmente compostas por 4 a 8 ovos. A pavoa põe os ovos na terra sobre um ninho simples, feito com as próprias penas que arranca com o bico. As pavoas chocam com devoção, ausentando-se do ninho apenas para se alimentarem. Passados 28 dias os ovos eclodem, com uma taxa de sucesso muito elevada. Os pequenos pavões crescem rapidamente, e passados 12 meses atinjam basicamente as dimensões de adultos. Todavia, só irão procriar passados dois anos.



Pavão real. Foto de Sérgio Leite, tirada em 11.05.2021 na Quinta da Pedra Dourada


As características da cauda colorida, que chega a ter dois metros de comprimento e pode ser aberta como um leque, não têm qualquer utilidade cotidiana para a ave, para além do referido papel de captura da atenção da fêmea no ritual de acasalamento. O pavão exibe não sé a parte da frente da cauda, como também a parte de trás. Quando está de frente à fêmea, o macho agita as penas num movimento vibratório que produz um efeito visual e sonoro espetacular,

Nas plumas do pavão podemos ver uma forma semelhante a um ocelo redondo e brilhante, ou um pequeno olho. Ocelo deriva do latim "oculus", que significa "olho", essas plumas são iridescentes, o que as confere da uma beleza impar. A iridescência é um fenômeno ótico que faz certos tipos de superfícies refletirem as cores do arco-íris. A palavra é derivada do grego, visto que Íris é a personificação do arco-íris e mensageira dos deuses na mitologia grega. As cores iridescentes são geralmente azuis e verdes e mudam com o ângulo de incidência da luz na superfície.

Na parte posterior da cauda, os pavões exibem um pequeno leque de penas tipo penugem, muito leves, que conferem igualmente um efeito visual deslumbrante.


Apesar do aparatoso e complexo ritual de acasalamento, podemos observar que as fêmeas não se deixam impressionar facilmente, adotando uma atitude aparentemente desinteressada. Só após demoradas tentativas ao longo do dia, o macho consegue acasalar, fechando a cauda repentinamente e conquistando a fêmea quando esta passa demasiadamente próximo do seu alcance.


Os pavões não são aves monogâmicas, podendo acasalar várias vezes. Normalmente, os pavões apresentam uma esperança média de vida de 20 a 25 anos.


As fêmeas possuem menos penas e as cores são mais amenas, pois assim conseguem-se camuflar de maneira mais eficaz e até esconderem-se nos seus ninhos,



Pavoa



Cabeça de pavão real


O voo destas aves é sempre majestoso, desde logo pela sua envergadura, mas sermos sobrevoados por um pavão de cauda comprida transmite-nos uma sensação acrescida de imponência.




Infelizmente, mas por motivos de segurança, não podemos deixar sair os pavões do seu parque durante a época de acasalamento, pois aprendemos com o tempo que os pavões em liberdade nesta época estão sujeitos a dois perigos: As fêmeas tendem a nidificar fora do parque, ficando expostas a predadores naturais. Por outro lado, os machos quando se passeiam pela quinta, não desperdiçam nenhuma oportunidade de embater contra os vidros quando se vêm refletidos nos mesmos, acreditando estarem perante outros machos dominantes. Iniciam então um combate verdadeiramente assustador e feroz contra o falso pavão que está do outro lado das portas-janelas, Os embates são violentos e persistentes, tornando-se difícil enxota-los, muitas das vezes tendo que recorrer a uma mangueira com água.

Durante a época de acasalamento também podemos ouvir os típicos gritos dos machos que se fazem ouvir a quilómetros de distância.


O parque destinado aos pavões é completamente vedado, mas tem dimensões generosas que permitem que os mesmos voem e se empoleirem nas árvores, onde gostam de pernoitar. Os pavões normalmente recorrem aos abrigos cobertos apenas para se protegerem da chuva.


Terminada a época de acasalamento, os machos começam progressivamente a perder as penas da cauda, arrancando-as com o bico uma por uma. Aproveitamos estas penas, para arranjos decorativos e para comercialização. No final da época recolhemos literalmente centenas de vistosas penas. Estas penas duram alguns anos, sem perder a forma nem as cores.

Na primavera seguinte, o pavão volta a formar a majestosa cauda. As penas crescem de dia para dia e atingem o comprimento total em cerca de apenas um a dois meses.


Chama-se pavão às aves dos géneros Pavo e Afropavo da família dos faisões (Phasianidae). Os pavões preferem alimentar-se de insetos e outros pequenos invertebrados, como minhocas e lagartas, mas também comem sementes, nomeadamente milho; frutas e outros vegetais como couves, ervas, acelgas, etc. Curiosamente, os pavões não ingerem grande quantidade de alimentos, ao contrário do que faria supor o seu tamanho. Também não são sôfregos nem vorazes, olhando pausadamente para os alimentos antes de os debicarem.

Uma fêmea adulta mede cerca de um metro de comprimento do bico à cauda. O macho chega a pesar até 5 quilos, e a fêmea por volta de 4.


Cientificamente, existe apenas o pavão macho e a pavão fêmea, que coloquialmente também é designada por pavoa.

Existem cerca de 12 subespécies de pavões, normalmente associadas às diferente regiões de origem. Algumas variedades de pavões sofreram mutações genéticas, especialmente entre o cruzamento de diferentes subespécies, por exemplo, dando origem a aves de cores inusitadas, como o pavão arlequim ou como o pavão branco, que não possui nenhuma outra cor.


Pavão Azul ou Indiano

A variedade de pavão mais conhecida e de maior distribuição pelo mundo é o pavão azul, que também é chamado de pavão indiano, pois tem origem na Índia, em suas regiões tropicais como Bombaim e Chennai.

Pavão Branco

Esta variedade é completamente branca. O nome Pavão Albino é usado de forma incorreta, já que os mesmos não são albinos, e apenas brancos. A albinia considera olhos vermelhos, e os do pavão branco são escuros. O nascimento de pavões branco é menos frequente, e é incomum em regiões tropicais do Sudeste Asiático. No estado selvagem, a cor branca não permite a camuflagem, tornando esta variedade mais suscetível a ataques de predadores.

Num estudo realizado no Japão, foi contestada a crença por trás da ornamentação das plumas do pavão, concluindo-se que quanto mais o macho se agitar diante de uma fêmea, mais hipótese ele teria de a conquistar. Por conta dessa interação, os pesquisadores dizem que talvez sejam os movimentos e gritos de acasalamento do pavão - e não os famosos ocelos - que mais atraíam as fêmeas. Durante um estudo de sete anos sobre os rituais de acasalamento dos pavões, os investigadores descobriram que mesmo os machos com um leque pouco atraente e com menos ocelos chamaram a mesma atenção que os outros.


Foto de Sérgio Leite, tirada em Abril de 2021 na Quinta da Pedra Dourada


Pavão Arlequim

Esta variedade não resulta do cruzamento do pavão azul (indiano) e o pavão branco, como é costume ouvir-se, mas sim entre o Pavão de Java e o Pavão Asa Negra.


Após os nascimento dos pequenos pavões, o ritual do acasalamento irá terminar, os machos vão perder as majestosas caudas, vão deixar de gritar e dançar, e só os voltaremos a ver no seu esplendor máximo na primavera seguinte, cumprindo-se mais um ciclo da natureza.


A Brotos de Samambaia comercializa pavões e plumas de pavão. Visite-nos!

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